Saúde Mental e Imigração

Como acolher um estrangeiro

por Prô Mundo Psicologia | ago 29, 2023

Olá, Viajante!

Recentemente, ouvimos a história de uma húngara que veio estudar no Brasil com 17 ou 18 anos. Entretanto, quando perguntada como foi a temporada brasileira, se ela tinha feito amigos, se ainda mantinha contato com alguém, a resposta foi um pouco decepcionante.

Ela não se achou tão acolhida assim…

“Mas nós somos um povo tão caloroso!”

Nas palavras dessa húngara, os colegas tinham um ar curioso – olha, uma pessoa da Hungria! – mas não passava muito disso…

  • Aliás, pouca gente ia conversar com ela, e dentro dos grupos que ela procurou interagir, não houve muita abertura. Afinal, aquelas pessoas já tinham uma turma formada, e elas não pareciam ver sentido em integrar alguém novo que, além de não falar português fluente, ainda tinha data para ir embora.

É claro que esse relato desceu seco… 😐

Como viajantes, buscamos nos conectar com a comunidade local – e reclamamos quando somos excluídos. Mas raras vezes nos avaliamos na posição de hosts!
Como brasileiros, nos vemos como acolhedores, mas será que sempre agimos assim? Já se questionou sobre como acolher um estrangeiro?

Como tratamos um colega de trabalho ou de sala que veio de outro país? Essa pessoa é convidada para o almoço de sábado da turma? Ou fica isolada na mesa do bar porque ninguém puxa assunto?

E vamos além!

Quando trouxemos essa pauta para debate interno na Prô Mundo, nos demos conta que essa experiência não é exclusividade do estrangeiro.

  • Pessoas que mudam do interior para a capital compartilham do mesmo sentimento de isolamento no lugar novo. Com o intuito, de irem para uma cidade grande, onde as pessoas teriam “cabeça aberta”, elas se frustraram pela dificuldade de entrosar.
Como viajantes, somos os primeiros a sentir empatia quando alguém nos conta que foi recebido com portas fechadas.

Ser viajante significa sair dos “lugares de sempre” (geográficos, emocionais, afetivos…) para explorar o novo. Certamente, por isso nos identificamos com a dor da húngara, recém-chegada no Brasil. Quem viveu a exclusão sabe como é ruim; quem não viveu, não quer passar por isso.

Essa nossa capacidade de entender como “a pessoa nova” se sente é um convite para sermos, verdadeiramente, disponíveis para ajudar quem veio de fora a se integrar. Temos que nos lembrar que, se um dia nós fomos os recém-chegados a um local, com o tempo viramos o grupo antigo – e outras pessoas serão as novatas.

Por isso, nossa dica de hoje é: aprenda como acolher um estrangeiro, seja legal com alguém que acabou de chegar aonde você está. 👍 😁 Então, convide para um café, drink, uma caminhada. Ser receptivo pode não parecer grandes coisas para quem já está ambientado, mas tem um impacto positivo enorme na outra pessoa!

Abraços virtuais

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